COP30 em Foco: O Que Está em Jogo na Busca por Adaptação Climática?
A COP30 segue movimentada, mas um ponto crucial ainda está em discussão: o financiamento para combater a crise climática. A cada ano que passa, o aquecimento global exige que os países se unam e cheguem a um acordo rápido, mas as diferenças entre os negociadores têm complicado essa missão.
Durante uma reunião em Belém, Marina Silva, a ministra do Meio Ambiente, fez um alerta: a emergência climática já está afetando vidas e economias pelo mundo todo. Mesmo se as emissões de gases de efeito estufa parassem agora, as consequências ainda iam demorar a sumir.
Marina enfatizou que a adaptação deve ser prioridade. Para proteger as pessoas e seus territórios, é necessário criar mecanismos que ajudem a medir o avanço e guiar políticas. Ela ressalta a importância de que a COP30 aprovar indicadores globais de adaptação.
No entanto, esse consenso não é tão simples. A especialista Flávia Martinelli destacou que as negociações precisam considerar como medir a vulnerabilidade das sociedades frente a eventos climáticos extremos.
Ela defendeu que a discussão é fundamental para que os países desenvolvam um padrão de ação que garanta que eles se aproximem um dia de uma realidade onde as populações estejam mais protegidas.
Esta edição da conferência, conhecida como a COP da Adaptação, tem a missão de concretizar a Meta Global de Adaptação, que foi definida de maneira bem ampla no Acordo de Paris. A proposta é definir indicadores que guiem investimentos e projetos, além de encorajar ações dos países para responder aos efeitos das mudanças climáticas.
Mais de 10 mil indicadores foram levantados inicialmente, e após longos debates, uma lista de 100 foi publicada para servir como base nas discussões atuais.
Exemplos desses indicadores incluem a porcentagem de pessoas com acesso a água que seja resistente às mudanças climáticas e a proporção de reurbanização de comunidades vulneráveis. Porém, a mensuração desses indicadores esbarra em dois problemas: a capacidade de mensuração, que varia entre os países, e o financiamento necessário para garantir essas medições.
Atualmente, a negociação enfrenta resistência de alguns países que desejam postergar o acordo ou vinculá-lo a garantias financeiras. Um grupo de países africanos, por exemplo, pediu um adiamento de dois anos, enquanto outras nações árabes insistem que não se deve definir metas sem discutir os recursos necessários.
A presidência do Brasil, no entanto, segue buscando um consenso para que as questões de adaptação sejam resolvidas nesta COP30.
