Alemanha Endurece as Regras para Refugiados Após Uma Década de Abertura
Após dez anos de portas abertas para refugiados, a Alemanha agora adota uma postura bem mais rigorosa. O governo de Friedrich Merz anunciou novas medidas que podem surpreender.
Nesta quinta-feira (4), foi divulgada uma proposta que pode levar à prisão de imigrantes assim que chegarem ao país e, ainda, ao envio de refugiados para fora da União Europeia. Essa mudança já está movimentando a política, mas ainda precisa passar pelo Parlamento.
Como parte dessa estratégia de contenção, as deportações estão aumentando. Só no primeiro semestre deste ano, quase 12 mil imigrantes foram deportados, e a previsão é que esse número cresça em 20% até 2024.
O cenário se transforma exatamente quando se completa uma década da famosa frase de Angela Merkel: "Vamos conseguir". Desde 2015, quando mais de um milhão de refugiados – principalmente da guerra civil na Síria – chegaram à Alemanha, o apoio inicial foi grande, mas hoje, só 46% da população ainda é a favor dessa política.
Uma pesquisa recente mostrou que 54% dos alemães defendem o fechamento total das fronteiras, 11 pontos a mais do que há cinco anos. Essa crescente rejeição aos refugiados alimenta a ascensão de partidos de extrema direita, como a AfD, que já é a segunda maior força no Parlamento.
Atualmente, os afegãos são o principal grupo que busca asilo na Alemanha, muitos fugindo do Talibã. Apesar de o governo ter prometido asilo a quem colaborou com tropas durante a ocupação americana, apenas duas mil pessoas conseguiram a autorização. Recentemente, o programa de reassentamento, que estava suspenso desde abril, voltou a funcionar, e a primeira leva de afegãos chegou ao aeroporto de Hanover.
Entre os recém-chegados, estava a mãe e as irmãs de Alham, um residente da Alemanha há sete anos. Ele não escondeu a alegria: "Estou muito feliz que minha família está aqui. Hoje é um dia muito importante para mim e para minha família."